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Feridas, acertos indesejados.

Feridas parecem tão normais aos olhos de todos, algo do cotidiano. Feridas, quem não tem?!

Ainda assim nos surpreendemos, até aquelas que já havíamos sentido, aquelas que nos ensinam que não queremos sentir outra vez. As feridas têm o talento de nos ensinar, nos fortalecer, mas só depois que cicatrizam, e deixam a marca externa ou a sensação para evitarmos o mesmo ato.

Existem também aquelas que ainda não cicatrizaram e novamente são feridas no mesmo lugar, “oh, merda” essas doem mais, e você fica mal por não ter aprendido a proteger aquela parte, é como o machucado no joelho que três dias depois você acerta no pé da mesa, ou talvez algo pior que isso. Imagino que machucados seguidos no mesmo local sejma para fortalecer ainda mais.

Afinal, o que seríamos nós, sem os acertos nos lugares errados. Como acertar o curso errado, acertar o emprego errado, acertar o parceiro errado, acertar o carro no poste, acertar a bicicleta na bacada, acertar os documentos no lixo, acertar a cabeça na parede ou na porta do armário, acertar uma atitude que nos oferece um bom sermão ou castigo dos que nos cuidam.


Feridas, agora, para mim são acertos indesejados, acertos que não nos agradam e nos levam a buscar outra coisa de outro jeito. A acertar aquilo que não machuque ou que machuque menos, buscar aquilo que agrada mais,

Comentários

  1. O passado não vai embora. As coisas perdidas nunca serão inteiramente recuperadas. A vida nos oferece, apesar disso, oportunidades de refazer de outra forma, numa outra esfera. Nos permite esboçar alguma compreensão e nos aproximar – apenas nos aproximar, mas já é algo – de um sentimento suave e agridoce.

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