Pular para o conteúdo principal

A comunicação

Limpando a cozinha é abordada por outra:

_Limpando a cozinha?!
_É, fulano comprou as panelas, tô organizando pra guardar.
_Ah, cê comprou as panelas?!
_Eu não, Fulano, ele deixou aqui pela manhã...
_Comprou com o dinheiro que sobrou de ontem?
_Não, o dinheiro encerramos no bar, foi Fulano que comprou!
_Comprou caneco?
_Caneco?!
_É, caneco.
_Como assim, caneco?!
_Caneco de caneco!
_Caneco?!
_É!
_Caneco de caneco de quê?!
_Caneco!
_Caneco de por água, leite, pra beber?!?!
_Não, caneco!!
_Mas que caneco?!?!?!
_Caneco de ferver as coisas, só tem um na casa!
_Caçarola!! Não, só comprou panela de panela mesmo!
_Aff.
_ôxi!

Dão-se as costas e continuam seus afazeres.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

mentir ao íntimo

f az-se do silêncio, no silêncio, no teatro... faz-se no fingir e então, sempre a fingir... para alguns olhos fingir não ser, fingir não estar e em outros olhos fingir ser, fingir estar, fingir ter Ah mentira... que se consolida e toma conta de tudo mentira que não te quero mais e mentira, que não te quero mais mas como mentira, em verdade não te quero mais.

Frágeis Cicatrizes

Viu me atirando em facas apontadas para mim, e então ouvi sua voz, contando a cena, foi quando abri os olhos e percebi que se distanciava voltando para a estrada. E meu corpo se afastou com grande dor daquele obstáculo, e então percebi que as facas perderam as pontas. Onde estão?! Não as vi, mas senti... A solução foi esperar as cicatrizes se formarem. Então voltei para a estrada, retomei a vida e a rotina. Raros os que souberam do acidente e mais raros são os que trilham por aquele caminho. Pensei que viveria bem com as cicatrizes, e realmente vivi. Mas a gravidade é mais forte e às vezes as lâminas escorregam e não só a dor incomoda mas o sangue que derrama também. Vou drenando como posso, escondida neste cômodo que não só o teto, mas as paredes também são de vidro. Costumo construir cortinas para me sentir tranquila... me sinto melhor.